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26 de Abril de 2024

Igreja evangélica realiza casamento coletivo gay em SP

Casamento coletivo entre pessoas do mesmo sexo foi realizado no templo da Igreja Cristã Contemporânea em São Paulo

há 10 anos

Igreja evanglica realiza casamento coletivo gay em SP

A Igreja Cristã Contemporânea realizou durante o final de semana uma cerimônia de casamento coletivo entre casais do mesmo sexo. Cinco casais participaram da cerimônia, realizada no domingo no templo da igreja em São Paulo e que contou com decoração, jantar, festa e orquestra para os participantes.

Criada em 2006 pelo carioca Marcos Gladstone e pelo seu companheiro Fábio Inácio, a Igreja Cristã Contemporânea prega um discurso de tolerância e é voltada predominantemente para o público gay.

Para participar da cerimônia, os casais deveriam estar casados no civil, comprovando a "solidez do relacionamento estável", segundo a igreja. "Este requisito é muito importante porque casamento não é brincadeira e, no entendimento da igreja, o casal firma uma aliança diante de Deus, com o compromisso de permanecer toda a vida juntos até que a morte os separe", afirmou o pastor Fábio.

A trajetória contra o preconceito

A decisão do Supremo Tribunal Federal de reconhecer o registro das uniões estáveis de casais homossexuais, em maio de 2011, retrata a luta do movimento LGBT na conquista de direitos. Na lista das tantas vitórias já obtidas junto ao Poder Público, ainda não consta, porém, um dos principais objetivos: a criminalização da homofobia.

Neste especial o Terra selecionou importantes decisões que configuraram avanços na garantia de igualdade de direitos - em relação a heterossexuais - para gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, bem como a tramitação do projeto de lei que criminaliza a discriminação contra essa fatia da sociedade.

Igrejas inclusivas

Igreja evanglica realiza casamento coletivo gay em SP

10/09/2006 - É fundada, no Rio de Janeiro, a Igreja Cristã Contemporânea, voltada predominantemente para o público gay. A instituição, que prega o Evangelho de Jesus Cristo e se diz aberta a pessoas independentemente da orientação sexual, contabilizou na época mais de 1,2 mil fiéis e seis filiais espalhadas pelo Brasil. Levantamento da BBC Brasil revelou que é intenso o crescimento de fundações de igrejas inclusivas no Brasil. Segundo especialistas, seriam pelo menos dez diferentes congregações, com mais de 40 missões e delegações. Concentradas, principalmente, no eixo Rio-São Paulo, elas somam em torno de 10 mil fiéis e a maioria (70%) é composta por homens.

Cirurgia para mudança de sexo

18/08/2008 - O Diário Oficial da União pública portaria que prevê a realização da cirurgia para mudança de sexo pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos hospitais públicos dos Estados. Pelo texto, cabe à Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde adotar as providências necessárias à plena estruturação e implantação do processo transexualizador, definindo os critérios mínimos para o funcionamento, o monitoramento e a avaliação dos serviços. O pedido para a cirurgia, chamada de transgenitalização, pode ser feito em postos de saúde, que dão início do processo. A partir disso, inicia-se a etapa preparatória. Entre a solicitação e a cirurgia deverão se passar, obrigatoriamente, dois anos, período em que o paciente vai se submeter a um acompanhamento psicológico, para ter certeza do que vai fazer.

Igreja evanglica realiza casamento coletivo gay em SP

Adoção por casais homoafetivos

27/04/2010 - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decide manter a adoção de duas crianças concedida a um casal de lésbicas do Rio Grande do Sul. Um recurso do Ministério Público do Estado contestava a decisão da 7ª Câmara Cível, que permitiu que as duas mulheres fossem responsáveis legais pelas crianças. Em 28 de abril do mesmo ano, com o precedente aberto, outro casal homoafetivo conseguiu a guarda de uma criança, no município de Tangará da Serra (MT). Nos dois casos, um dos pais já era responsável legal da criança. Os pedidos requeriam a extensão do direito ao companheiro.

Igreja evanglica realiza casamento coletivo gay em SP

Direito de usar o “nome social”

19/05/2010 - Servidores públicos federais travestis ou transexuais conseguem o direito de usar o 'nome social' (como preferem ser chamados) em cadastros dos órgãos em que trabalham, crachás de identificação, no endereço de e-mail servidor e na lista de ramais do órgão. Outra concessão semelhante foi no Estado do Ceará, onde estudantes travestis e transexuais podem usar os nomes sociais nos documentos internos das escolas. No Rio Grande do Sul, desde 17 de maio de 2012 é aceito como documento oficial a Carteira de Nome Social, que pode ser feita em todo o Brasil, mas só vale no Estado.

Inclusão do companheiro na declaração de IR

29/07/2010 - Parecer da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional dá direito aos homossexuais de incluir o companheiro ou companheira como dependente na declaração do Imposto de Renda. A decisão ocorreu após a consulta de uma servidora. O parecer foi baseado no princípio de igualdade perante a lei e lembrou que o mesmo benefício é concedido a casai heterossexuais. O texto afirma ainda que o direito tributário não se presta à regulamentação e organização das conveniências ou opções sexuais dos contribuintes. 'A afirmação da homossexualidade da união, preferência individual constitucionalmente garantida, não pode servir de empecilho à fruição de direitos assegurados à união heterossexual.'

INSS

10/12/2010 - Decreto garante, de forma definitiva, o direito de homossexuais receberem pensão pela morte de seu cônjuge. A norma foi adotada com base em conceitos do Código Civil Brasileiro e da Constituição que garantem o bem-estar do cidadão sem nenhum tipo de discriminação, dizia a publicação do Diário Oficial da União (DOU). O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pagava desde 2000 pensões às pessoas que demonstrassem ter tido uma união estável com um homossexual, mas apenas para cumprir uma sentença judicial e não por determinação do Executivo. Sendo assim, antes, o direito poderia ser revogado a qualquer hora em algum tribunal.

Reconhecimento da união estável

05/05/2011 - O Supremo Tribunal Federal (STF) reconhece o registro das uniões estáveis de casais homossexuais. A votação foi unânime e estendeu aos casais homoafetivos os mesmos direitos que os heterossexuais. Na maioria dos votos imperou argumentos relacionados aos direitos universais à liberdade, à dignidade humana e do princípio da proibição de atos discriminatórios. O plenário, no entanto, não delimitou o alcance e limites da decisão. Com isso, questões como autorização a casamentos civis entre gays ou o direito de registro de ambos os parceiros no documento de adoção de uma criança ainda podem ser contestados na Justiça. Com o reconhecimento, os magistrados abriram espaço para que gays tenham acesso a heranças e pensões (alimentícia ou por morte), além do aval de tornarem-se dependentes em planos de saúde e de previdência.

Cônjuge na identidade militar

29/06/2012 - Nove meses após se tornar o primeiro militar a se casar com uma pessoa do mesmo sexo na história da Marinha do Brasil, o cabo João Silva conseguiu, finalmente, incluir o nome de seu cônjuge, o gestor público Cláudio Nascimento, em sua identidade militar. Com a decisão, Cláudio passou a ter todos os direitos e benefícios de um militar, como já ocorria em casais heterossexuais. Após esbarrar na resistência da Marinha em reconhecer os direitos de seu marido, João conseguiu a intervenção do governo federal no caso, via Ministério da Defesa. "Depois que o ministério da Defesa interveio, e a Marinha acatou, o documento que demorava 48 horas saiu em trinta minutos, super rápido", disse o militar.

Licença-maternidade a pai adotivo gay

30/08/2012 - O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) concede, pela primeira vez na história, o benefício de licença-maternidade a um pai adotivo que vive em união estável homossexual. O beneficiado foi o bancário Lucimar Quadros da Silva, que teve o direito reconhecido dois anos após a adoção da criança. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) concede, pela primeira vez na história, o benefício de licença-maternidade a um pai adotivo que vive em união estável homossexual. O beneficiado foi o bancário Lucimar Quadros da Silva, que teve o direito reconhecido dois anos após a adoção da criança.

Criminalização da homofobia

02/04/2013 - A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República apresenta o texto inicial de um substitutivo ao Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122, que trata da criminalização da homofobia, a integrantes do movimento de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transsexuais (LGBT). Com um texto mais enxuto do que a proposta inicial, o substitutivo classifica como crimes de ódio e intolerância os crimes contra esses segmentos. A expectativa é que com o novo texto seja possível acelerar a aprovação da matéria, que tramita desde 2006 e, assim, chegar a uma lei que criminalize especificamente os crimes de natureza homofóbica. A proposta de substitutivo será discutida pelos integrantes do Conselho Nacional de Combate a Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, que podem propor alterações. Após concluído, o texto do substitutivo pode ser apresentado pelo senador Paulo Paim (foto), que é relator do projeto na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado.

Casamento civil gay

14/05/2013 - O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprova uma resolução que obriga os cartórios de todo o País a converterem uniões estáveis homoafetivas em casamentos civis. A decisão não 'legaliza' o casamento gay no País - para isso, seria necessária a aprovação de uma lei no Congresso Nacional. Na prática, a resolução autoriza a celebração do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, direito já previsto a casais heterossexuais. Antes, os cartórios de 12 Estados brasileiros e do Distrito Federal já haviam recebido ordens das corregedorias dos tribunais de Justiça para que passassem a celebrar o casamento civil entre homossexuais, bem como a conversão de união estável homoafetiva em casamento civil. Porém, os outros Estados não tomaram a mesma iniciativa, e os cartórios deles poderiam aceitar ou negar o pedido. Um cartório ainda pode negar o casamento civil a um casal gay, mas o oficial poderá sofrer sanções administrativas. Nesses casos, o CNJ orienta que os casais comuniquem eventuais recusas aos juízes-corregedores de seus Estados. Em 1º de março de 2013, o direito a casamento civil para casais homossexuais já havia entrado em vigor no Estado de São Paulo. Após um mês de vigor da nova norma, a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP) identificou um aumento de quase 4 vezes no número de casamentos homossexuais.


Fonte: http://noticias.terra.com.br/brasil/igreja-evangelica-realiza-casamento-coletivo-gay-em-sp,ea0505c2bd6d4410VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html

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13 Comentários

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Antes de opinar, quero deixar muito claro que abomino qualquer espécie de preconceito seja qual sua dimensão. Partindo da premissa de que todos somos livres para fazer nossas escolhas , inclusive se escolher matar posso, entretanto, para cada escolha tenho que suportar as consequências daí advindas. Nesse mundo dito "moderno", me parece que está sedimentando em nossa sociedade a ideia de que meus desejos se transformam automaticamente em direitos e àqueles que se opões à esses desejos/direitos devem ser marginalizados. Já dizia à primeira Carta aos coríntios, 6:12, "tudo me é lícito, mas nem tudo me convém". Tudo me é permito, matar, roubar, estuprar, enganar, mentir, etc, me é lícito fazê-lo, porém não me é conveniente fazê-lo. O princípio Cristão, isto é, a religião que tem seus fundamentos em Cristo, casal é aquela união entre Homem e Mulher. É um paradigma inafastável. Nem todos podem concordar com esse paradigma, de modo que se deseja fazer parte da religião Cristã, à ela deve seguir seus ensinamentos, se não concordar com esse dogma, escolha outra religião, outro credo, outra forma de se religar ao criador. Meu profundo respeito ao que pensam de modo contrário, mas a união de pessoas do mesmo sexo é lícita aos olhos da lei, quiçá da ética nesse momento e contexto histórico contemporâneo, pode-se dizer que sim. Porém, aos olhos do dogma do cristianismo, vale repetir, católico, evangélicos, protestantes, adventistas, etc... todos eles que tem por fundamento o amor de cristo, isso jamais será lícito. Como disse, é um dogma. Levítico 18:22 “Com varão te não deitarás, como se fosse mulher: abominação é;”Se um homem se deitar com outro homem, é uma abominação", dentre tantas outros trechos nesse mesmo sentido.
Em resumo. O ser humano é livre para fazer suas escolhas e viver da melhor forma que lhe aprouver. É possível alcançar o respeito de opiniões que se divergem, inclusive aquelas opiniões confrontantes sobre a sexualidade. Todavia, não se pode colocar" goela " abaixo um comportamento repudiado por um dogma somente porque uma parcela de pessoas concordam com essa espécie de comportamento. Do mesmo modo que casais homoafetivos exigem respeito às suas escolhas, na outra ponta, cristão e demais pessoas exigem o respeito de seus dogmas e crenças. o ponto nodal desse embate se resume em RESPEITO.
Concluindo. Há de se respeitar as escolhas, entretanto a união homoafetiva pode ser qualquer coisa, menos chancelada pelo dogma religioso do cristianismo. Me perdoem os que pensam ao contrário. continuar lendo

Sábias palavras caro colega, Roberto Martins!
Por meio desta, lembrei-me de algumas palavras do filósofo Kierkegaard, que dizia: "não é possível ser “um pouco cristão”, ou então “cristão até certo ponto”, ter uma fé cristã significa seguir os passos de Jesus."
Ou seja, aquele que decide ser cristão, submete-se a palavra de Deus, entretanto, o casamento homossexual entra em contradição com a palavra. Enfim, esta não é uma igreja verdadeiramente cristã.
Vale ressaltar que não tenho nenhum tipo de preconceito e não tenho a intenção de ofender ninguém. Mas querer mudar o que está na bíblia? Seria melhor criar outra religião que permita que você faça a suas vontades e não condene isso. continuar lendo

Veja bem, não é igreja evangélica de forma algvma.
Qver se vnir.. ok, mas Evangélica não é. continuar lendo

Os comentários homofóbicos repletos de erros interpretativos e gramaticais refletem a ignorância daqueles que um dia terão seus filhos revelando seus desejos reprimidos com absoluta coragem. Os que dão conta da vida alheia e esperneiam que não serão salvos ou entrarão no céu jamais conheceram o que significa o verdadeiro cristianismo: amai-vos uns aos outros. Tudo que pregam e defendem é o ódio. E Jesus não ensinou nada disso. O tempo e a evolução dos direitos e das garantias fundamentais fará esse povo calar a boca. continuar lendo

Muito positivo, meus parabéns, por superarem o preconceito e ás injustiças de uma religião que normalmente tem viés conservador e de modelo familiar falido, de acordo com ás críticas da sociologia e da filosofia contemporânea. continuar lendo

Ah...sim, teu progressismo é legal...tu deves ter nascido pelo ânus de algum homossexual, né não? O que estão falidos são teus miolos, tua massa encefálica ao concordar com casamento de 2 entes que jamais poderão prociar, a não ser m....a. continuar lendo