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20 de Abril de 2024

Justiça francesa ordena que se permita doente em estado vegetativo morrer

há 10 anos

Justia francesa ordena que se permita doente em estado vegetativo morrer

Paris, 24 jun (EFE).- O Conselho de Estado francês, a maior instância de justiça administrativa do país, ordenou nesta terça-feira retirar os cuidados paliativos a Vincent Lambert, um paciente em estado vegetativo há quase seis anos cujo caso reacendeu o debate sobre a eutanásia na França.

A decisão encerra batalha jurídica que mantiveram desde 2013 a esposa de Lambert, Rachel, favorável a deixá-lo morrer e que tinha o apoio dos médicos, e aos pais do paciente, católicos, contrários a retirar a alimentação e a hidratação que o mantém vivo.

Prevendo que o Conselho de Estado se pronunciasse contra de seus interesses, os pais de Lambert já recorreram ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos de Estrasburgo para pedir a suspensão cautelar da sentença.

A corte europeia deve se pronunciar nas próximas horas sobre o pedido.

Os 17 magistrados do Conselho de Estado consideraram legal a decisão dos médicos de retirar os cuidados paliativos ao paciente, incluindo a alimentação e a hidratação artificial.

Na França, uma lei de 2005 autoriza a interrupção de tratamentos desnecessários ou desproporcionados, cujo único propósito é a manutenção artificial da vida –o que é chamado de ortotanásia.

"A decisão tomada pelo Conselho de Estado (...) insere-se no quadro fixado pela lei", declarou Jean-Marc Sauvé, vice-presidente do órgão, ressaltando a necessidade de "uma atenção especial a vontade do paciente".

Antes do acidente de moto que sofreu em 2008, Lambert "havia claramente afirmado em várias ocasiões o desejo de não ser mantido viva artificialmente", explicou Sauvé.

Isso foi feito com base nos muitos testemunhos que mostravam que, antes do acidente que o prostrou em uma cama de hospital, Lambert havia mostrado sua rejeição a ser mantido com vida de forma artificial.

Morte Assistida

O caso Lambert e a batalha familiar que o alimentou reacendeu na França o debate sobre a eutanásia e marcou claramente a existência de duas opiniões opostas sobre o final da vida de pessoas em situação extrema.

À espera de uma lei que esclareça a situação, prometida pelo presidente, François Hollande, durante a campanha eleitoral de 2012, o caso foi afetado por certa ambiguidade que o atual marco jurídico admite.

O paciente, um enfermeiro que tinha 32 anos quando ficou prostrado em uma cama após um acidente de trânsito sofrido em setembro de 2008, se mantém vivo apenas por ser alimentado e hidratado de forma artificial.

Lambert só pode mover os olhos e sente dor, mas os médicos não puderam determinar se ele entende quando falam com ele.

De acordo com a atual lei de cuidados paliativos, uma equipe médica colegiada do hospital universitário de Reims, no leste do país, tomou em abril de 2013 a decisão de não seguir mantendo artificialmente o paciente com vida.

No entanto, um mês depois que foram retirados os cuidados paliativos, os pais começaram uma batalha jurídica que obrigou a novamente ligar Lambert aos aparelhos.

Assim que os médicos relançaram o procedimento de eutanásia, os pais obtiveram o respaldo dos tribunais.

Os médicos consideram que Lambert não se recuperará e que alguns de seus comportamentos deixam entrever que não quer seguir vivendo, opinião partilhada por seis de seus irmãos, sua esposa e outros parentes e amigos segundo os quais, antes do acidente, Vincent teria dito que não quereria ser mantido vivo de forma artificial.

Mas os pais e dois dos irmãos não concordam e se recusam a que seja aplicada a lei de cuidados paliativos porque não se trata de um doente em fase terminal.

A batalha familiar se tornou um litígio que chegou à instância mais alta da justiça do país.

O relator geral, representante do governo no Conselho de Estado, já se pronunciou na quinta-feira passada a favor de parar a alimentação artificial a Vincent, após ter revisado três novos relatórios médicos.

Justia francesa ordena que se permita doente em estado vegetativo morrer


Fonte:https://br.noticias.yahoo.com/coreia-norte-enfrenta-escassez-alimentos-causa-grave-seca-051104413.html

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Sou contra só Deus tem o direito atirar nossa vida ele sabe a a hora certa ,muitas gentes e a favor porque não trabalha com vida ,como e agradavel você ver uma pessoa sair do coma,eles pesam que a morte acaba com o problema porque ser doente e problema.. continuar lendo

Bem acredito que ninguém tem o direito a tirar a vida de ninguém como esta disposto no artigo da constituição federal.
Mais uma pessoa que esta em estado vegetativo há mais de 5 anos ela não esta vivendo plenamente, acredito que essa pessoa esta sofrendo por não poder expresar seus sentimentos não pode atuar de forma plena a sua cidadania, então penso não seria melhor que essa angustia esse maltrato ao espirito ou a carne acabasse de forma digna. Não estou aqui defendendo que se deve por qualquer motivo se cometer a eutanásia acredito que deve haver um processo de discussão com familiares equipe médica para que se tome essa decisão. continuar lendo